Responsabilidade por nossa vida não pode ser ligada a infantilidade,
responsabilidade por nossa vida está ligada a maturidade. Quando éramos
crianças nossos ilhavam por nós e preenchiam todos os nossos desejos e
necessidades, éramos dependentes de apoio, ajuda e assistência deles. Tínhamos que
esperar para que nos dessem comida, trocassem as nossas fraldas sujas, nos
dessem carinho, amor e atenção.
Mas fomos crescendo e fomos aprendendo que era só gritarmos o suficiente
para novamente recebermos atenção. Com o desenvolvimento chegamos a uma fase da
nossa vida em que começamos a ser independentes. Entramos na fase do “Eu sei
fazer!”.
Como sentíamos orgulho disso, como crescia nossa consciência ao mesmo
tempo que aumentava nossa separação dos nossos pais. A cada dia aprendíamos mais
e mais e nossos pais deixavam claro para nós que devíamos fazê-lo tão logo o soubéssemos,
e que isso fazia com que nos tornássemos responsáveis pelo cumprimento dos
nossos desejos.
Foi assim, que a maioria de nós aprendeu, se quiséssemos algo deveríamos
busca-lo com os nossos próprios meios.
O adulto que não conseguiu aprender isso é tido como imaturo e
dependente, a dependência financeira é tida como uma grande infantilidade. Mas existe
muitos adultos que abertamente gostariam de continuar crianças: ficam a espera
que o príncipe encantado ou que a fada madrinha lhes traga algo que desejam
muito. Esperam que os outros preencham seus desejos, que façam algo para deixa-los
felizes.
Pessoas que são assim perguntam: O que eu vou ganhar? Não perguntam: O
que eu posso oferecer? Em algum momento da vida, cada um de nós precisa
compreender que ser adulto significa: Ninguém virá! Ninguém vem ao meu encontro
para me fazer feliz, ninguém virá para resolver o meu problema, ninguém virá
para decidir em meu lugar como devo levar ou não a vida. Se não me tornar
ativo, nada vai acontecer, o sonho de salvador talvez nos recorde das experiências
de nossa infância.
A maioria de nós têm receio de querer algo mais do que o corriqueiro e
prefere ter esperança. Mas muitas vezes
a esperança turva a visão, deixa aparecer sempre o consolo da possibilidade
escondida atrás da realidade de que algo pode acontecer para melhorar a
situação, trazendo mais justiça, mais afeição.
Quem si fia na esperança
torna-se incapaz, hesita em tomar a própria vida nas mãos, e no lugar deixa
que, os astros, o acaso sejam os condutores. Ter esperança é esperar em vão, e
faz com que nos tornemos passivos e percamos, ao mesmo tempo, as oportunidades
que, de fato, podem mudar a base de atuação.
Somente nós podemos fazer o que é necessário para dar forma a nossa
vida, não podemos ficar esperando pelo outro. Eu tenho um amigo bastante
religioso que outro dia disse uma frase que gravei de tão interessante que
achei: “Deus pode mover montanhas, mas é melhor que traga uma pá”.
É possível que muitos de nós pense assim: “Se eu me lamentar e gemer o
suficiente para provocar a compaixão, um dia um milagre irá acontecer”. Vamos
pagar com nossa vida se mantivermos essa ilusão. Porque os dias, os meses, os
anos, as décadas vão passando sem que retornem.
Por que motivo nos submetemos a isso? Tenha a certeza de uma coisa. Ninguém
vira!
Monstruosidade sem coração? Não, isso significa que nos tornamos adultos
e ser adulto implica em sair da dependência para ser independente, atingir a
autoajuda em vez de ser ajudado, deixar de lado a decisão alheia para caminhar
rumo á responsabilidade própria.
Somente quem de nós consegue aprender a tomar sua vida nas próprias mãos,
formou-se como pessoa e isso significa fazer uma ruptura, decidir, se
integralmente adulto. Aquele que procura uma mão para ajuda-lo sempre a
encontra no final dos próprios braços.
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário