Quem está dirigindo sua vida? É você mesmo ou você entregou a direção a
outro? Talvez seu chefe? Seu companheiro? Ou quem sabe o dinheiro? O destino? ou
os acontecimentos que acontecem em sua vida diária? Ou talvez você seja uma
vitima de uma poderosa organização internacional de nome “os outros”?
A obrigação por causa do objetivo parece muito oportuna para afastar a
liberdade, pois aquele que dobra á obrigação faz o que tem de ser feito, vive
como todos vivem. Afinal não queremos ser uns excluídos. É, assim, o caminho da
necessidade é mais bem conservado do que o da liberdade. Mas a obrigação de
objetivos realmente existe? A cobrança para tal não é mais uma das nossas
preguiças mentais, um descompromisso, um argumento produzido?
Não existe obrigação por causa de objetivos. Creia-me. “Naquela
oportunidade, não tive escolha!” Significa muito simplesmente que naquela
oportunidade eu não coloquei entre os risco o que está acontecendo agora. Durante
anos e anos, construímos as circunstâncias de nossa vida para que depois
sejamos s vitimas. Esquecemos que tudo o que está nos acontecendo agora no
presente é apenas o resulto de nossas decisões, que fomos tomando ao longo da
nossa vida, quer isso nos agrade ou não.
Para muitos de nós uma corrente de ouro nos amarra muito mais do que
correntes de ferro, do ponto de vista individual, muitas vezes acreditamos que
o preço que vamos pagar por nossas escolhas é muito alto. O problema é que
muitos de nós não estão preparados para assumir as consequências de sua escolha
e a imobilidade que ela possa trazer, e ainda assim aceitar conscientemente
como resultado de uma decisão consciente de seu passado. Vejamos o caso de
alguém que na juventude decidiu dar um golpe no baú.
Quantos casos desses conhecemos.
Agora aquela decisão passada transformou a pessoa em “vitima”.
Quanto mais bens materiais você tiver, mais eles te possuem. Todo conforto
precisa ser pago, o que quero dizer é que conheço inúmeras pessoas que aceitam
ser atingidas constantemente em sua dignidade, sacrificando sua conduta
integra, mas não aceitam abrir mão de um carro de luxo. Elas escolhem esse
caminho diariamente: é opção delas. Assim, se você afirmar: “Não posso!” é
porque não quer, ou porque outras coisas são mais importantes para você. E não
está disposto a pagar o preço pela troca. Cada um de nós podem testar a nós
mesmos: quem nos impede de aceitar o trabalho dos nossos sonhos?
Quem nos
impede de retomar a formação escolar que nos falta? Nós tão-somente, ninguém mais, porque nós não
estamos dispostos a renunciar ao conforto e a segurança. E não há nada a
objetar, no entanto, culpamos nossa família, as circunstâncias... Tudo isso
podemos rejeitar, se quisermos. Caso queiramos continuar vivendo como vivemos
até agora, então ao menos vamos ser conscientes de que foi assim que
escolhemos, e vamos deixar ir toda a base da vitimização do “Não poso por que...”
Lamentar-se não irá resolver! Entenda
que todas as nossas escolhas tem consequências. Sempre há riscos sim. Mas também
sempre podemos achar um culpado por nossas escolhas e nos afundarmos na
compaixão por nós mesmos e ai lançar mão de todos os subterfúgios que estão disponíveis,
para apelar a todos os bons samaritanos do mundo.
Por longos doze anos da minha vida, decidi viver assim como vitima de um
relacionamento violento. Foi nessa época que entendi que a escolha era minha,
que não havia nascido para ser a vitima do mundo. E então decidi fazer outra
escolha.
Fácil não, de forma alguma foi fácil. Eu sai da minha casa com três filhos
pequenos a maior com oito anos e o caçula com oito meses apenas, levei apenas
meus filhos e três malas de roupas de vestir nossas. Essa foi na época a única coisa
que consegui fazer, já estava casada com um psicopata e sabia que minha vida e dos meus filhos corria riscos enormes, caso eu decidi anunciar minha saída.
Em momento algum eu me arrependi da minha decisão, nem quando o aluguel atrasava,
nem quando cortavam nossa agua ou luz, nem quando a comida que tinha em casa dava
apenas para meus filhos e eu tinha que torcer para que não quisessem repetir o
prato.
Encarei minha decisão de levar uma vida digna e segura e sem sobressaltos
e medo a serio, aos poucos as coisas foram se ajeitando, meus filhos foram
crescendo, e o tempo melhorou para nós.
Foi nessa época que entendi que não adiantava rezar, pedir aos céus que enviassem
seus anjos, e que esses intercedessem por nós. Que o que eu tinha que fazer era
seguir em frente e buscar a melhor forma possível de ver meus filhos criados e
bem educados. Quando percebi que não receberia apoio da minha família, blindei
meus filhos contra qualquer tipo de maldade que todos nós conhecemos que
acontecem tanto em situações desse tipo, os mantive o mais longe possível.
Assumi a responsabilidade pro minhas escolhas, hoje minha filha é mestra
em psicologia, fez todos os seus estudos em escolas publicas, universidades
federal incluindo o mestrado. Meu filho caçula está na faculdade tem seu trabalho,
e vejo que muitos daqueles que faziam ceram em minha porta a noite para tentar
me atemorizar não conseguiram chegar onde estamos.
Minhas escolhas tiveram consequências? Sim é óbvio que tiveram muitas. Mas
eu não me arrependo delas. Não tenho aqui a intenção de atribuir culpa, mesmo
porque não vejo culpado, meu olhar não está voltado para o passado, ou caso contrario
não teria conseguido o que consegui.
Mas tenho sim a intenção de encorajar o
futuro de quem esteja passado por uma situação assim. É muito mais pratico e
nos deixa muito mais em paz quando colocamos prioridades em nossas escolhas, e
não ficamos lamentando e tentando fazer com que o outro se responsabilize por
nossas escolhas.
Quando me responsabilizei pelo meu recomeço eu aprendi a confiar mais em
minha capacidade de escolha, de discernimento e foi isso sem duvida que me
trouxe até aqui.
Colocar as escolhas de nossa vida nas mãos dos outros é o mesmo que
permitir que os outros vivam a nossa vida. E isso o que você realmente quer?
Se
você quiser vencer qualquer obstáculo difícil em sua vida precisará ter poder
sobre sua vida, e a força para um novo recomeço você só adquire se não esperar
nada dos outros. Nada do acaso, nada de forças exteriores, e ao mesmo tempo
conseguir colocar todas as expectativas em você. Então se pergunte agora: O que
eu posso fazer agora? Quais são minhas oportunidades para agir? É disso que se
trata a vida: agir em vez de se lamentar! “Você tem escolha” pense nisso, por
favor!
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto
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