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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Um dos piores problemas da violência doméstica é a depressão.



A depressão é um dos piores e maiores problemas enfrentados pelas mulheres que estão vivendo dentro de um lar violento. Uma pessoa em depressão se sente: “ como se estivesse caindo, parece que a queda vai atingir o chão, mas essa sensação não dura apenas alguns segundo ela é interminável. 

O sentimento de pânico permanece por dias e dias e a pessoa não consegue nem especificar do que está sentindo tanto medo”. Eu me senti assim por anos a fio, somos vitimas de um cérebro que entrou em colapso, só que não sabemos disso. 

Nosso cérebro não sabe reagir adequadamente diante do intenso estresse interior  e também exterior que estamos experimentando, e como consequência nosso corpo é profundamente afetado.  Nossos ritmos corporais como sono, apetite e desejos sexuais se tornam irregulares ou nulos.  Começamos a encarar a vida e tudo que a compõe com indiferença. 

Sentimo-nos desconectadas socialmente, não temos clareza de entendimento do que ouvimos e também não conseguimos nos expressar com clareza como estamos nos sentindo. 

A presença de outras pessoas nos perturba e incomoda, gostamos de nos manter isoladas do mundo. Somos prisioneiras de nossas emoções desenfreadas que provocam distúrbios seríssimos em nosso humor, mas infelizmente não temos consciência desse fato, porque vivemos no piloto automático.
Nosso humor deixou de seguir um padrão normal de altos e baixos, e não conseguimos nos livrar da tristeza e do sentimento de impotência e desesperança, que não nos permite ter algum interesse na vida que nos rodeia. 

As nossas atividades diárias e corriqueiras começam a ter um peso avassalador. E não conseguimos identificar o porquê e nem quando e como os sintomas começam a aparecer. 

A esmagadora fadiga que sentimos  não nos permite sentirmos vivos,  e que nos leva cada vez a mais depressão. E ai tudo em nossa vida começa a girar, a vida se torna um circulo vicioso eterno, demorado e inacabado. 

A vitima de violência domestica se adapta tão bem a essa situação que muitas chegam a se assustarem quando um medico ou mesmo um terapeuta lhes dizem que estão com um quadro de depressão. Para elas isso é absolutamente normal. 

A depressão é na verdade um comportamento arraigado em nós. Uma causa externa em nosso caso anos de violência psicológica que chegamos até a esquecer de quando começou, e a nossa reação a ela que nunca foi e nem é saudável. Transformou-se em um hábito que arraigamos em nós e agora ele é automático. 

Temos que desfazer em nossa mente o hábito de chamar todo tipo de depressão de doença, principalmente a depressão moderada, já que a crônica é sim uma doença mental.

E quando a depressão se transforma em um hábito deixamos de reconhecer que a tristeza e a desesperança não precisam mais de nenhum gatilho para permanecer.  Deprimimo-nos pelo simples fato de já estarmos deprimidas. 

Uma nevoa cinza encobre tudo em nós, o otimismo é impossível. Um estado de derrota permanente se instala, e nosso cérebro começa a andar em círculos...

Depois que internalizamos a reação depressiva, é como se um carvão em brasa estivesse dentro de nós, qualquer pequeno vento pode nos incendiar e nos levar a deprimirmos novamente. 

Quaisquer incidentes insignificantes nos deixa sem condições de decidirmos não sabemos como reagir nem diante de um pneu furado, ou de um simples cheque sem fundos, entramos em profundo desespero os problemas do dia a dia começam a se transformarem em grandes demais para lidarmos com eles. 

As boas noticias já não nos alegra mais, não nos sentimos bem com datas comemorativas como natal, aniversários pascoa, ano novo, nada nos anima. 

Perdemos o controle sob o nosso nível de estresse e começamos a repeti-lo, imprevisivelmente.  O que nos levou a isso? Um companheiro agressivo, que nos agride repetidas vezes e que não conseguimos prever quando ele terá outro ataque de “raiva”, e não conseguimos encontrar forças para deixa-lo. 

E então nosso sistema corpo-mente se fecha para que possamos suportar a dor da situação.  E esse fechamento do nosso corpo-mente nos induz a não sentirmos mais vontade de viver.

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Muito obrigado!
Fátima Jacinto

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