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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Temos que aprender a viver e a morrer todos os dias....



Como a vida pode ser nova a não ser que se aprenda a morrer e a viver?  Quando recebi a noticia de que estava com um câncer, entendi que teria que morrer varias vezes se quisesse viver.


E como morri nesses quatro anos, morri para meus velhos hábitos, morri para meus falsos valores, e depois de cada morte me sentia melhor. 

Descobri uma nova vida, que se apresentava nova, e vazia pronta para que eu a enchesse com o que eu decidisse que fosse melhor naquele momento. 

Abriguei por muito tempo a sensação de ameaça que não conseguia resolver por completo, mas depois que fiquei doente, e entendi e comecei a morrer para tudo o que me incomodava, me fazia mal, essa sensação desapareceu. Não me sinto mais ameaçada por nada. Nem pela vida, nem pela morte. 

Sei que a doença não é a forma certa de resolvermos nossas questões fundamentais, mas foi a que se apresentou para mim, e eu aproveitei. Quando estamos doentes nos tornamos mais fracos, menos capazes de reunir os recursos que nos são necessários para a verdadeira transformação. 

O sofrimento me acompanhou em toda a minha jornada, mas eu sempre soube que ele era necessário, não um sofrimento sacrificial, mas um sofrimento libertador. 

Aprendi com a dor, e me orgulho disso. Eu sentia que não havia nenhuma outra alternativa, as forças que me rodeavam estavam me esmagando. 

Hoje eu sei que viver sem dor é muito mais humano, e estou me preparando nesse momento para começar uma vida de alegria e sem dor, apesar de saber que o ideal seria eu me transformar antes da crise, da doença, porque é óbvio que eu poderia não ter tempo suficiente para gozar essa minha nova vida, que hoje me parece tão proveitosa e convidativa. 

Seu comentário é importante para o meu trabalho, deixe o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto.

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