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domingo, 13 de abril de 2014

A vida - Saindo da dormência...



A vida nos bate, nos arrasta, nos centrifuga, nos amassa, nos escama.
Sentimo-nos entorpecidos, rígidos, distantes,.
Olhamos para a beleza mas não a sentimos,
Nos falam ao coração, mas permanecemos magoados.
Nos sensibilizam para a esperança, mas nos mantemos entrincheirados na decepção.
Que corpo é esse que caminha anestesiado com a minha dor?
Que corpo é esse que endureceu a minha mente anteriormente tão ávida de vida, de emoção, e de paixão?
 É esse o meu corpo humano?
Que se entristece, que se obscurece, que se penaliza, que se aprisiona.
É o corpo que vai me protegendo, que vai me endurecendo, que vai ficando imune a dor emocional.
Perdi a sensibilidade, perdi a humanidade.
Desliguei me dos meus sentimentos, liguei me a dureza das minhas experiências.
Experiências sofridas, injustas, traumáticas, punitivas.
Enrijeceu o meu corpo.
Não sinto as coisas que passam ao meu lado, batem-me mas não me magoam mais, ouço mas não me afligem mais a mente.
Deixei de ruminar minhas perdas, deixei de reclamar do apontar do dedo, deixei de me importar.
Estou presente na vida, mas ausente de vida.
Que corpo é esse?
Capaz de caminhar dormente, com a mente desvigorada, com o coração lascado.
É um corpo que segue as interpretações que faço que julgo fazer sentido.
É um corpo que se desconhece, que julga precisar de alienar-se para encaixar as agruras da vida.
É um corpo que desconhece e m e leva a desconhecer as formas de praticas saudáveis de suportar a dor.
Quero conhece-las, quero voltar a sentir, a sentir-me em pleno com a vida
Quero voltar para  mim
Quero recuperar a minha sensibilidade, mesmo que pouco a pouco.
Quero sentir o calor de abraço, a dor da perda, a dor de alguém que me foi querido e partiu.
Sinto a dor, suporto-a, ela é inversamente proporcional ao meu gostar, quanto mais sinto mais gosto.
A dor da perda faz-me sentir o quanto eu gosto, gostei ou mesmo vou continuar a gostar, como é bom gostar de sentir, de ficar ligado a vida, com as coisas boas, e mesmo com aquelas que provocam dor, voltar a sentir, a sentir o pulsar da vida.
Interpretação feita por mim do poema de Miguel Lucas
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto

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